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Foto do escritorFabrício Girão

Crítica: O Rei Leão (2019)

Visual realista impressiona, mas a nova versão fica na sombra do original, extremamente superior em todos os aspectos.

Divulgação/Walt Disney Studios

Nunca tive problemas com os remakes em live-action da Disney. Nunca achei que eles fossem desnecessários ou que manchassem os filmes originais de alguma forma. Quando a nova versão de O Rei Leão foi anunciada, conduzida pelo diretor que adaptou Mogli com tanta maestria, logo pensei: “Isso não tem como dar errado”. Bom, muita coisa deu errado no novo O Rei Leão, mas a gente pode começar falando o que esse filme tem de bom para oferecer.


Essa nova versão do clássico de 1994 é um grande show visual, a tecnologia aplicada no Mogli se aperfeiçoou e trouxe animais e ambientes ainda mais realistas e sofisticados. O filme apresenta um grande número de espécies e é impressionante como ele captura a forma peculiar de cada uma de ser e se movimentar.

Com todo esse realismo, o filme perde em expressividade. As expressões faciais dos animais são muito limitadas e fica com os dubladores a missão de dar emoção aos personagens através da voz. O elenco talentoso é talvez o ponto alto desse novo O Rei Leão, com a maioria dos atores fazendo um excelente trabalho. Os destaques são James Earl Jones como Mufasa, Chiwetel Ejiofor como Scar, Donald Glover como Simba, Billy Eichner como Timão e Seth Rogen como Pumba.

Timão e Pumba roubam a cena, assim como no original. No entanto, se destacam aqui porque suas cenas são alguns dos poucos momentos que o filme se permitiu se desprender das falas originais, rendendo momentos cômicos ainda melhores. Todas as novas versões das músicas ficaram ótimas, e algumas ficaram exatamente iguais a animação, o que é o caso de ‘Ciclo Sem Fim’. Mas todas as cenas musicais são genéricas e apáticas, porque o estilo realista não combinou com a atmosfera divertida e surreal que esse momento pedia.

O Rei Leão é um filme estranho. É ao mesmo tempo muito parecido com o original e extremamente diferente dele. Todos os elementos que consagraram a história de Simba estão lá, mas há uma contínua sensação de que falta algo.

Não pense que você vai ter uma experiência ruim, porque o filme diverte e impressiona, mas há uma sombra cobrindo ele mais do que qualquer outro live-action da Disney, e essa sombra é a excelência do Rei Leão original.



Divulgação/Walt Disney Studios

O Rei Leão

Ano: 2019

Direção: John Favreau

Elenco: Donald Glover, Beyoncé Knowles-Carter, Seth Rogen, Billy Eichner, Chiwetel Ejiofor e James Earl Jones.


O Rei Leão aplica uma tecnologia impressionante para trazer um visual ultrarrealista, mas não consegue nem emular a magia e a grandeza da animação, cuja excelência e legado jogam uma sombra sobre o live-action.


Nota: 2/5

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