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Zootopia 2 faz o impossível e alcança o altíssimo nível do original com escopo, ação e humor maiores

  • Foto do escritor: Fabrício Girão
    Fabrício Girão
  • há 16 horas
  • 5 min de leitura

Novo filme da Disney Animation continua a história dos detetives Judy Hopps e Nick Wilde, protagonistas do fenômeno animado de 2016.

Divulgação/Walt Disney Animation Studios
Divulgação/Walt Disney Animation Studios

Em uma era em que se parece cada vez mais inevitável continuar histórias que deram certo no passado, especialmente quando seu primeiro filme soma mais de 1 bilhão de dólares na bilheteria mundial mesmo sendo uma história inédita, cada anúncio de sequência da Disney Animation é recebido inicialmente com certo receio.


O histórico recente claro, não ajuda. Se nos anos 1990 e 2000 a Disney tinha o finado Disneytoon Studios para fazer sequências de baixo orçamento e home video para os grandes sucessos da Disney Animation, livrando o estúdio de cinema dessa responsabilidade, no fim da década de 2010 para cá o próprio WDAS passou a assumir suas sequências, que foram ficando mais frequentes.



O problema é que essas sequências não chegam perto da qualidade dos primeiros filmes, salvo o milagre que é Frozen II (2019), mesmo que tenha seus problemas evidentes). WiFi Ralph (2018) e Moana 2 (2024) são exemplos de longas que não conseguem repetir o brilhantismo de seus antecessores. E é por causa desse histórico que, depois de assistir Zootopia 2, há um sentimento de surpresa genuíno quando se percebe que o novo filme consegue manter o altíssimo nível que o primeiro estabeleceu ao criar um dos universos mais interessantes da Disney Animation.


Zootopia 2 é cheio de energia e de vida. Ele constrói de forma muito inteligente em cima dos acontecimentos do primeiro filme e amplia tudo que funcionou muito bem lá. É maior em termos de escala, mais engraçado, tem mais ação e narra um mistério super interessante de se acompanhar. E tudo isso vem com uma animação rica em detalhes e que sabe explorar bem as cores e formas dessa cidade-personagem.


Divulgação/Walt Disney Animation Studios
Divulgação/Walt Disney Animation Studios

Os répteis e o novo caso


A história de Zootopia 2 se passa poucos dias após os eventos do primeiro filme. Após uma tarefa que foge do controle, a parceria de Nick e Judy é colocada em cheque pelo DPZ e eles precisam provar que resolver o mistério dos predadores ficando selvagens não foi um caso isolado. Tornando as coisas mais complicadas, relatos de uma cobra em Zootopia deixam a cidade em alerta, trazendo questões sobre o passado conturbado entre mamíferos e répteis.


A premissa por si só já lança a sequência para completar lacunas do primeiro filme. Durante a produção de Zootopia, a equipe optou por fazer uma cidade povoada apenas por mamíferos para simplificar as relações entre predadores e presas. Então, partir de indagações como: "Nesse universo, onde estão os outros grupos de animais, como os répteis?" e "Qual a relação entre os mamíferos e eles?" coloca a história em serviço de uma de ampliação de um mundo que já era excelente.


Divulgação/Walt Disney Animation Studios
Divulgação/Walt Disney Animation Studios

A chegada dos répteis é marcada por Gary A'Cobra, que tem objetivos a cumprir mesmo sendo constantemente visto como ameaça. Gary faz parte de um dos aspectos mais interessantes nesse novo filme: o rol de novos personagens. Assim como a serpente azul gigante, a nova aventura de Nick e Judy lhes apresenta a uma gama de moradores da cidade, como a podcaster maluca Nibbles Castanheira, o herdeiro isolado Patalberto Linceslei e o ator que virou prefeito Britto Cavalgante. Todos são marcantes em suas características exageradas e se somam pra deixar a história ainda mais rica.



E é esse emaranhado de personagens, lugares, mistérios e reviravoltas que deixa a trama de Zootopia 2 tão interessante. Ela tem mais elementos e peças para posicionar e movimentar que o primeiro, mas tudo é estabelecido de forma tão certeira e bem amarrada que o caso é incrível de se desvendar, com surpresas de sobra.


Divulgação/Walt Disney Animation Studios
Divulgação/Walt Disney Animation Studios


WildeHopps no centro


Outro fator fundamental para o sucesso de Zootopia 2 é que, apesar de todo esse escopo ampliado, o novo filme ainda mantém o foco na relação entre Nick Wilde e Judy Hopps, trazendo novas camadas para os personagens e aprofundando o desenvolvimento deles.


Sem entrar em spoilers, a dupla percebe que as diferenças fundamentais que eles possuem na forma com que encaram e levam a vida podem ser inofensivas no cotidiano, mas podem levar a problemas maiores quando eles passam por situações de perigo e estresse elevados, algo da natureza do trabalho deles.



O filme trabalha esses embates entre os dois, que vão escalando, como uma oportunidade para discutir o poder de se comunicar bem com o outro, que é a arma mais eficaz nos problemas de relacionamento. Grandes problemas e discussões, em sua maioria, vem de ruídos de comunicação que poderiam ser solucionados se eles se permitissem expressar seus sentimentos de forma completa. É um desenvolvimento natural e bonito pra dois personagens tão interessantes.



Divulgação/Walt Disney Animation Studios
Divulgação/Walt Disney Animation Studios

Discussões sociais de alta relevância


Se o primeiro Zootopia se destacou por criar essa metrópole de mamíferos e traçar paralelos com a realidade ao fazer comentários sobre questões sociais como preconceito, fugir de estereótipos e os problemas estruturais das grandes cidades, o segundo dobra a aposta ao apresentar, de uma forma que possa ser entendida por toda a família, outras questões relevantes do mundo contemporâneo.



É um filme que fala de forma bem contundente sobre como grupos marginalizados podem ser sistematicamente atacados e vilanizados de forma a parecerem perigosos e um problema para o convívio social, sobre como as grandes metrópoles podem ser espaços de segregação, e sobre como as elites podem usar de sua influência e poder para serem verdadeiros reis urbanos.


Divulgação/Walt Disney Animation Studios
Divulgação/Walt Disney Animation Studios

Cartunesco e detalhado


Todos esses elementos narrativos de Zootopia 2 vêm acompanhados de uma animação absolutamente requintada, que impressiona pelo nível de detalhe e cuidado com que cria seus ambientes, como a divertidíssima Feira do Brejo, mas que ainda se permite ser cartunesca, ousada, exagerada e cheia de energia.


É um filme que explora bem os diferentes ambientes e suas cores, que sabe usar de dinamismo para deixar a ação e a fotografia mais empolgantes, e que cuja população de animais repete o carisma da cidade em si, trazendo vida para a tela de forma que aquele mundo pareça real.



Tudo que uma sequência deveria ser


Zootopia 2 é o exemplo perfeito do que se espera de uma sequência de um filme tão aclamado quanto o primeiro. Ele aproveita as forças do original sem ser repetitivo, impressiona pela pluralidade de lugares, personagens e elementos na trama, prende com a história super bem executada e impressiona com a qualidade absurda da animação.


É um filme que prova que Jared Bush e Byron Howard, depois do primeiro filme e de Encanto, são os melhores diretores em atividade na Disney Animation hoje, capazes de conectar história e emoção com muita maestria.


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Zootopia 2

Ano: 2025

Direção: Jared Bush e Byron Howard

Elenco: Ginnifer Goodwin, Jason Bateman, Ke Huy Quan, Fortune Feimster, Andy Samberg e Shakira.


Zootopia 2 é um exemplo de sequência perfeita, aumentando a escala, a ação e o humor sem perder as qualidades já extraordinárias do primeiro.


Nota: 5/5

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Foto de Fabrício Girão, criador do AD

FEITO POR FABRÍCIO GIRÃO

@fabriciogiraob

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